Ao chegar a Saint-Emilion, a igreja mais impressionante que se destaca na cidade alta é a Colegiada.
Não é uma feliz coincidência. A comunidade religiosa que viveu naquelas muralhas entre os séculos XII e XVIII era um colégio de cónegos que seguia a regra de Santo Agostinho e encarnava a instituição religiosa oficial. A etimologia da palavra cónego ajuda-nos a compreender a sua missão: vem do grego antigo "Kanôn" que significa "a regra". Delegados do Arcebispo de Bordéus, velavam pelo bom funcionamento da vida religiosa de Saint-Emilion. Assim, a dimensão deste monumento mostra a importância desta comunidade e a sua intenção de marcar a sua ascendência.
A construção começou em 1110, a pedido do arcebispo Arnaud Géraud de Cabanac. O transepto e o núcleo da Colegiada foram transformados entre os séculos XIII e XV, deixando o estilo gótico influenciar a arquitetura da igreja.
A Colegiada não é apenas um local de culto, mas também um verdadeiro local de vida para a comunidade. No jardim do claustro, podemos ver todos os rostos do mosteiro. A partir daqui, os cónegos podiam entrar em todos os outros edifícios do convento. Os três arcos circulares na parede oriental assinalam a antiga entrada da sala do Capítulo, que já não existe atualmente. O atual Posto de Turismo está situado no antigo refeitório da comunidade.
Assim, o claustro é o centro geográfico e espiritual do mosteiro. É um lugar fechado para a oração, onde a única saída real é a que dá para o céu, sendo o jardim central um símbolo do jardim do Éden. Repare-se, nas paredes Sul e Este, nas sepulturas ricamente decoradas, datadas dos séculos XIII e XIV.
Membros da nobreza e de ordens religiosas foram aí sepultados. Os Cónegos de Saint-Emilion, tão poderosos no plano religioso, tinham também um papel a desempenhar no plano político. Tributavam a população e ofereciam à elite local uma sepultura de eleição, no coração do seu mosteiro.
Por mais clássico que o mosteiro pareça do exterior, albergou uma comunidade religiosa muito particular, até à revolução francesa. Atualmente, a Colegiada é a igreja paroquial da aldeia.
O rico património de Saint-Emilion é contado, em inglês, durante a visita guiada "Saint-Emilion, Unesco City Tour".
O Apocalipse, instalado no claustro da Colegiada de Saint-Emilion, é uma obra de arte criada pelo pintor François Peltier, encomendada pela Paróquia de Saint-Emilion, pelos Amigos da Colegiada e pelo vigário, Padre Rozières.
Esta obra de arte tem 38,5 metros de comprimento e 5 metros de altura. Este conjunto de pinturas foi concebido como um todo e não como uma sucessão de pinturas. O Apocalipse é pintado em diferentes madeiras, de acordo com símbolos reflexivos. São cinco madeiras diferentes: cedro libanês, carvalho, castanheiro, tília e choupo. A técnica utilizada é a pintura a óleo vidrado.
"Apocalipse" vem da palavra grega "revelação", exprimindo uma mensagem de esperança que se opõe ao entendimento comum da palavra que evoca frequentemente o fim do mundo e os cataclismos. O Livro do Apocalipse é o último livro da Bíblia, a sua conclusão. Revela a luta do Bem e do Mal que termina com o triunfo do Bem, revelado pelas visões de São João.
A obra de arte do Apocalipse de Saint-Emilion segundo São João é, portanto, uma tentativa de tornar compreensível, ao mesmo tempo, a dureza dolorosa da luta entre o Bem e o Mal e a luz alegre da promessa da vitória de Deus.
Pode reservar uma visita de conferência com o artista ou uma visita teatral clicando aqui (em francês).
Para mais informações e reservas, contactar a paróquia em visite@apocalypse-saint-emilion.com ou +33 (0)5 57 24 70 81.
Grande Posto de Turismo de Saint-Emilionnais
Le Doyenné - Place des Créneaux
33330 SAINT-EMILION